(1) Entidade geográfica mencionada
Campar. Campar 31(1), 32(1).
Nas orações: 354, 372.
- [354](Cap. 31) Despois que el Rey fez este juramẽto nas mãos do seu Caciz mayor, por nome Raja Moulana, em hum dia da festa do seu Ramadaõ, se passou à ilha Campar, onde despois de se celebrarem as festas das suas vodas, teue conselho sobre o que se deuia de fazer neste negocio em que se metera, porque bem entendia que era assaz difficultoso, por quanto lhe era forçado auenturar nelle muyto do seu.
- [372](Cap. 32) As nouas desta frota que el Rey do Iantana fazia nos portos de Bintão & Campar chegaraõ logo ao tyranno Rey Achem, o qual temendo perder o que tinha ganhado, fez logo aparelhar outra de cento & oitenta vellas, fustas, lancharas, & galeotas, & quinze galès de vinte & cinco bancos, na qual fez embarcar quinze mil homẽs, os doze mil de peleja, a que elles chamão de baileu, & os mais chuzma do remo, & por general desta frota mandou o mesmo Heredim Mafamede que antes tomara este reyno, como atras fica dito, pelo ter por homem de grãdes espritos, & bem afortunado na guerra, o qual se partio com toda esta frota, & chegando a hum lugar que se dizia Aapessumhee, quatro legoas do rio de Puneticão, soube por algũs pescadores que ahy tomou, tudo o que na fortaleza, & no reyno era passado, & como Laque Xemena estaua apoderado, assi da terra como do mar esperando por elle, com a qual noua dizem que o Heredim Mafamede ficou muyto embaraçado, porque na verdade nunca lhe pareceo que os inimigos fizessem tanto em tão pouco tempo.
Cãpar 20(1), 32(1).
Nas orações: 226, 367.
- [226](Cap. 20) Deylhe tãbem conta das muytas & varias naçoẽs de gentes que habitão ao longo daquelle Oceano, & do rio Lampom, donde o ouro de Menancabo vay ter ao reyno de Cãpar pelos rios de Iambee & Broteo, no qual os naturaes desta terra affirmão, pelo que lem nas suas Chronicas, que estiuera hũa casa de contrato da Raynha Sabà, donde algũs presumẽ que hum seu feitor por nome Nausem lhe mandara hũa grande soma de ouro, que ella despois leuou para o templo de Ierusalem, quando foy ver a el Rey Salamão, donde dizem que veyo prenhe de hum filho, que despois soccedeo por Emperador da Ethiopia, a que cà o vulgar chama Preste Ioaõ, & de que esta naçaõ Abexim se honra muyto.
- [367](Cap. 32) Despidido o Embaixador del Rey do Iãtana cõ esta resposta no mesmo dia que foy ouuido, que entre elles custuma a ser hum notauel desprezo, tornando a leuar consigo o presente, que tambem lhe não quiz aceytar, para mais abatimẽto & afronta do mesmo Embaixador que o trazia, chegou a Cãpar, onde naquelle tempo estaua o Rey do Iantana, o qual quando soube todas estas cousas, dizem que ficou tão colerico que affirmauão os seus que por algũas vezes o viraõ chorar em segredo, como homem que sintira muyto o pouco caso que o tyranno Achem fizera delle.
(2) Objecto geográfico interpretado
Reino (ilha, porto). Parte de: Çamatra.
Referente contemporâneo: Sungai Kampar, Indonesia (AS). Lat. 0.469000, long. 103.144600.
Reino, ilha. DHDP s.v. Campar: reino na costa da ilha de Samatra; s.v. Menancabo cita Campar no montante do rio com o mesmo nome que desagua em 0º 10’ N, 101º 50’ E. GT s.v. Campar, reino de: no nordeste da Samatra, hoje Kampar. FMP fala de uma ilha Campar o qual identifica o reino também com a foz do rio.