(1) Entidade geográfica mencionada
Canguexumaa. Canguexumâ 203(1).
Nas orações: 3073.
- [3073](Cap. 203) Partidos nós daquy deste rio de Hiamangoo, & enseada de Canguexumâ, aos 16. dias de Ianeyro do anno de 1547. quiz nosso Senhor que em quatorze dias de boa mouçaõ chegamos ao Chincheo, hum dos celebres & ricos portos do reyno da China, sobre o qual â entrada do rio então estaua hum famoso cossairo por nome Chepocheca cõ quatrocentas vellas grossas, & sessenta vancoẽs de remo, na qual frota tinha sessenta mil homẽs, de que sós os vinte mil eraõ do seruiço dos nauios, & os mais de peleja, & toda esta grande copia de gente sustentaua de soldos & mantimentos com as presas que fazia no mar.
Canguexumaa 202(2), 208(1).
Nas orações: 3058, 3183.
- [3058](Cap. 202) Acabada esta reuolta cõ tanto custo de todas as partes, como a terra ficou toda assolada, & os mercadores eraõ todos fugidos, & el Rey estaua com determinação de se sayr da cidade, nós os poucos Portugueses que ainda ahy estauamos (porque como o tẽpo nos deu lugar nos tornamos a surgir no porto da cidade) desconfiados de podermos ahy estar seguros, & de termos quem nos comprasse nossas fazendas, nos fizemos á vella, & nos passamos a outro porto daly nouẽta legoas, que se chamaua Hiamãgoo, na bahia de Canguexumaa, onde estiuemos dous meses & meyo sem podermos vender cousa nenhũa, porque toda a terra estaua taõ cheya de mercadarias da China, que se perdia do proprio mais das duas partes, porque não auia porto, nem enseada, nẽ angra em toda esta ilha de Iapaõ, onde não estiuessem surtos trinta quarenta juncos, & em algũas partes mais de cento, como foy em Minatoo, Tanoraa, Fiunguaa, Facataa, Angunee, Vbra, & Canguexumaa, de maneyra que naquelle anno foraõ da China a Iapaõ de veniaga passante de duas mil embarcaçoẽs, & era a fazenda tãta & tão barata, que o pico de seda que naquelle tempo se compraua na China por cem taeis, se vendia em Iapaõ por vinte & cinco, vinte & oito, & o mais a trinta, & ainda com muyta aderencia, & todas as mais sortes de fazendas tinhaõ nos seus preços esta mesma baixa, pelo qual ficamos de todo perdidos sem nos sabermos determinar o que fizessemos de nós.
- [3183](Cap. 208) O padre chegou em dia da Assumpçaõ de nossa Senhora, que he a quinze dias do més de Agosto ao porto de Canguexumaa em Iapaõ, que era a patria deste Paulo de santa Fee, onde foy bem recebido de todo o pouo, & muyto milhor do Rey, porque este lhe fez muyto mais festas que todos, acompanhadas de muytas & grandes honras, & mostrou que leuaua muyto gosto do bom proposito com que entraua no seu reyno.
Quãguixumaa 135(1).
Nas orações: 1849.
- [1849](Cap. 135) E gracejãdo cos seus sobre esta materia cõ algũs ditos & galantarias, a que naturalmente saõ muyto inclinados, chegou o Fingeindono, ao qual me elle logo entregou com palauras de muyto encarecimento a cerca da segurãça de minha pessoa, de que me eu ouue por muyto satisfeito, & fiquey fora de algũs receyos que antes se me representauão pelo pouco conhecimẽto que atè então tinha desta gẽte, & me mandou dar duzẽtos taeis para o caminho, cos quais me fiz prestes o mais depressa que pude, & nos partimos o Fingẽdono & eu em hũa embarcação de remo a que elles chamão funce, & atrauessãdo hũa só noite daquy desta ilha de Tanixumaa, fomos amanhecer no rosto da terra em hũa angra por nome Hiamangoo, & dahy a hũa boa cidade que se dezia Quãguixumaa; & vellejando assi por nossa derrota cõ monção tẽdente de vẽtos bonanças, chegamos ao outro dia a hũ lugar nobre por nome Tanorâ, & deste fomos ao outro dia dormir a outro que se chamaua Minato, & dahy a Fiungaa.
(2) Objecto geográfico interpretado
Cidade (enseada, baía, porto). Parte de: Iapaõ.
Bahia. FMPP (vol. 4, p. 23: Kagoshima). GT 31º 25’N, 130º 35’ E. GT faz notar que a descrição da viagem em 330ii, de Tanixumá a Bungo, favorece uma localização num porto mais oriental.