(1) Entidade geográfica mencionada
Chaul. Chaul 2(1), 7(1), 8(2), 12(1), 20(1).
Nas orações: 13, 82, 85, 86, 128, 220.
- [13](Cap. 2) Aos onze dias do mès de Março do Anno de mil & quinhentos & trinta & sete party deste reyno em hũa armada de cinco naos, em que não foy Capitão mór, senão somente os Capitaẽs particulares das naos, os quais erão, na nao Raynha, dom Pedro da Sylua, que d’alcunha se chamaua o Gallo, filho do Conde Almirante dõ Vasco da Gama, na qual trouxe a ossada de seu pay, que el Rey dõ Ioão que então estaua em Lisboa, mandou receber co mòr aparato & pompa funebre que ate oje se recebeo nenhũa que não fosse de Rey: & na nao S. Roque dom Fernando de Lima filho de Diogo Lopez de Lima Alcaide mòr de Guimaraẽs, que logo no anno seguinte de 1538, falleceo em Ormuz sendo Capitão da fortaleza; & na nao santa Barbora, seu primo Iorge de Lima, que hia prouido em Capitão de Chaul; & na nao frol de la mar, Lopo Vaz Vogado Capitão ordinario de viagem; & na nao Galega que foy a em que se perdeo despois Pero Lopez de Sousa; hum Martim de Freiras natural da ilha da Madeyra, que aquelle anno mataraõ em Damaõ com mais trinta & cinco homẽs que leuaua comsigo.
- [82](Cap. 7) A nossa nao bem contente de se ver liure de tamanho perigo, chegou daly a dous dias a Chaul, onde o Capitão della, cos mercadores que nella vinhão, se foraõ logo ver com Simão Guedez Capitão da fortaleza, aquem deraõ conta de tudo o que lhe soccedera na sua viagem, ao que elle respondeo: certo que tendes todos muyta rezão de dardes graças a Deos por vos liurar de tamanho perigo.
- [85](Cap. 8) Do que nos soccedeo na viagem de Chaul para Goa, & do que eu passey depois que cheguey a ella.
- [86](Cap. 8) Logo ao outro dia nos partimos daquy de Chaul na volta de Goa, & sendo quasi tanto auante como o rio de Carapatão, encontramos Fernão de Morais Capitão de tres fustas, que por mandado do Visorrey dõ Garcia de Noronha, que então chegara do reyno, hia para Dabul a ver se podia tomar ou queimar hũa nao de Turcos que estaua ahy no porto carregando de mantimentos por mãdado do Baxà.
- [128](Cap. 12) Despois de isto assi ordenado, se partio o Visorrey desta barra de Goa hũa quinta feyra pela menham, seys dias do mès de Dezembro, & ao quarto dia de sua viagem surgio em Chaul, onde se deteue tres dias assentando algũas cousas co Inezemaluco importantes ao bem & segurança da fortaleza, & prouendo algũas vellas das que vinhão na armada de algũas cousas de que vinhaõ faltas, principalmente de mantimentos, & de chusma, & partindo daquy para Diu, sendo tanto auante como os picos de Daanuu, na trauessa de meyo golfaõ lhe deu hum temporal taõ rijo, que lhe diuidio a armada em muytas partes, de que se perderaõ algũas vellas, em que entrou a Galè bastarda na barra de Dabul, de que hia por Capitão dom Aluaro de Noronha filho do Visorrey, & Capitão mòr do mar, & no golfaõ, a Galè Espinheyro cujo Capitão era Ioaõ de Sousa que chamauão d’alcunha o Rates, por ser filho do Prior de hum lugar que chamão Rates, da qual Galè dom Christouão da Gama filho do Conde Almirante, que despois os Turcos mataraõ no Preste Ioaõ, saluou a mayor parte da gente, por se achar jũto della no tempo que o mar açoçobrou.
- [220](Cap. 20) Partido eu com a pressa que digo deste rio Parlês, hum Sabado quasi Sol posto, cõtinuey por minha derrota atè a terça feyra ao meyo dia, em que prouue a nosso Senhor que cheguey às ilhas de Pullo Çambilão, primeira terra da costa do Malayo, onde achey tres naos Portuguesas, duas que vinhaõ de Bengala, & hũa de Pegù, de que era Capitão & senhorio hum Trisão de Gaa, ayo que fora de dom Lourenço filho do Visorrey dom Francisco de Almeida, que Miroocem matou na barra de Chaul, de que as historias do descubrimento da India fazem larga menção.
(2) Objecto geográfico interpretado
Porto (barra). Parte de: India.
Referente contemporâneo: Chaul, India (AS). Lat. 18.567230, long. 72.931770.
Fortaleza. DHDP 18º 33’ N, 72º 55’ E. GT distrito de Kolaba, margem do rio Kundalika.