(1) Entidade geográfica mencionada
Cohilouza. Cohilouza 96(2).
Nas orações: 1191, 1198.
- [1191](Cap. 96) E preguntando aos Chins pela causa daquella ruyna, nos disseraõ que aquella cidade se chamàra antigamẽte Cohilouza, que quer dizer, frol do campo, a qual em seu tempo fora muyto prospera, & que aueria cento & quarenta & dous annos que aly viera ter hũ homem estrangeyro em companhia de hũs mercadores do porto de Tanaçarim do reyno de Sião, o qual, segũdo estaua escrito em hum liuro por nome Toxefalem que fallaua nelle, parecia ser homem santo, inda que naquelle tempo pelas obras que fazia lhe chamauão os bonzos feiticeyro, porque em menos de hum mez resuscitara cinco mortos, & fizera outros muytas marauilhas, de que todos receberão grandissimo espanto, & tendo por vezes os sacerdotes algũas disputas com elle, os confundio & enuergonhou a todos de maneyra, que por naõ se verem cõ elle noutras altercaçoẽs, amutinaraõ o pouo todo, & lhe meteraõ em cabeça que se o naõ matassem os auia Deos de castigar com fogo do Ceo, pelo qual incitado o pouo pelo dito delles se vieraõ todos a casa de hum tecelão pobre, por nome Ioane onde este homem pousaua, & matando o tecellão & dous genros seus, & hum filho, porque o quiseraõ defender, o santo homem se veyo chorando a elles, & reprendendoos de suas vnioẽs causadas do seu mao viuer, antre algũas cousas que então lhes disse, hũa foy affirmarlhes que o Deos em cuja fé se auião de saluar se chamaua Iesu Christo, o qual viera do Ceo á terra a se fazer homem, & fora necessario morrer pelos homẽs, & que co preço do seu sangue derramado na Cruz pelos peccadores, se ouuera Deos por tão satisfeito em sua justiça, que entregandolhe o poder dos Ceos & da terra, lhe prometera que a todos os que professassem sua ley com fé & obras, se lhe não negaria o premio que por isso era prometido, & que todos os deoses aque os bonzos seruião & adorauão com sacrificios de sangue, erão falsos, & figuras em que o demonio se metia para os enganar: o que ouuindo os sacerdotes se acenderão tanto em colera, que bradãdo ao pouo lhe disseraõ, que maldito fosse o que naõ trouxesse lenha & fogo para o queimar, o que logo foy feito com muyta presteza, & começandose o fogo a atear com grandissima furia, elle lhe fez o sinal da Cruz, & lhe dissera hũas palauvas que lhes a elles não lembrauão, mas que tambẽ estauão escritas, com que o fogo se apagara logo.
- [1198](Cap. 96) E contase no mesmo liuro que noue dias despois de ser enterrado o santo homem, que foy naquelle mesmo lugar onde elle então jazia, tremera aquella cidade de Cohilouza a onde elle fora morto, hũa vez taõ rijamente, que a gente do pouo co grande temor que recebera, fugira toda para o campo, & se agasalhara em tendas, sem auer ninguem que ousasse de entrar nas casas.
Cohilouzaa 96(1).
Nas orações: 1202.
- [1202](Cap. 96) E nos contarão mais outras muytas particularidades muyto estranhas que a todos nos causaraõ grãdissima admiraçaõ, & de entaõ para cõ se chamou Fiunganorsee, que quer dizer castigo do Ceo, chamandose antes Cohilouzaa, que como ja disse, quer dizer frol do campo.
(2) Objecto geográfico interpretado
Cidade (ruínas). Parte de: China.