(1) Entidade geográfica mencionada
Iapara. Iapara 36(1), 172(1), 173(2), 179(1).
Nas orações: 415, 2582, 2593, 2594, 2662.
- [415](Cap. 36) Este Antonio de Faria trazia hũs dez ou doze mil cruzados em roupas da India que em Malaca lhe emprestaraõ, as quais eraõ de tão mà digestaõ naquella terra, que não auia pessoa que lhe prometesse nada por ellas, pelo que vendose elle de todo desesperado de as poder gastar, determinou de inuernar aly até lhe buscar espediente por qualquer via que fosse possiuel; & foy acõselhado por algũs homẽs mais antiguos na terra que a mandasse a Lugor, que era hũa cidade do reyno Sião mais abaixo para o norte cem legoas, por ser porto rico, & de grande escala, em que auia grande soma de jũcos da ilha da Iaoa, dos portos de Laue, Tanjampura, Iapara, Demaa, Panaruca, Sidayo, Passaruaõ, Solor, & Borneo, que a troco de pedraria & ouro costumauão a comprar bem aquellas fazendas.
- [2582](Cap. 172) E auendo já quasi dous meses que estauamos neste porto fazendo pacificamente nossas mercancias na terra, veyo ter a ella por mandado del Rey de Demaa, Emperador de toda a ilha da Iaoa, Angenia, Bale, & Madura, cõ todas as mais ilhas deste arcipelago, hũa molher que se chamaua Nhay Pombaya; dona viuua de quasi sessenta annos de idade, a qual vinha de sua parte dar recado ao Tagaril Rey da Çunda, que tambem era seu vassallo como os mais Reys desta monarchia, paraque pessoalmẽte, em termo de més & meyo fosse ter com elle â cidade de Iapara onde então se fazia prestes para yr sobre o reyno de Passeruão.
- [2593](Cap. 173) Partido este Rey da Çunda deste porto de Banta a cinco dias do més de Ianeyro do anno de 1546. chegou aos dezanoue à cidade de Iapara, onde o Rey de Demaa Emperador desta ilha Iaoa então se estaua fazendo prestes com hum exercito de oitocentos mil homẽs, o qual sabendo da vinda deste Rey da Çunda, que era seu cunhado & seu vassallo, o mandou receber á embarcação por el Rey de Panaruca Almirante da frota, o qual leuou comsigo cento & sessenta calaluzes de remo, & nouenta lancharas de Lusoẽs da ilha Borneo, & com toda esta companhia o trouxe onde el Rey estaua, do qual foy muyto bem recebido, & com honras muyto auãtajadas de todos os outros.
- [2594](Cap. 173) Passados quatorze dias despois que chegamos a esta cidade de Iapara, o Rey de Demaa se partio na via do reyno de Passaruão, embarcado em hũa frota de duas mil & setecentas vellas, em que entrauão mil juncos dalto bordo, & tudo o mais eraõ nauios de remo, & aos onze dias de Feuereyro chegou ao rio de Hicanduree que he na entrada da barra.
- [2662](Cap. 179) Pelo qual ajuntandose esses poucos senhores que ainda auia, assentaraõ de se passarem á cidade de Iapara, cinco legoas daly para a costa do mar mediterraneo, & logo o puseraõ por obra, onde passados despois de se sossegar o tumulto da gẽte plebeya, que ainda então era sem conto, se concluyo no eleger do Pangueyraõ, o qual vocablo propriamente quer dizer Emperador, & logo foy eleito hum Pate Sidayo principe de Surubayaa, que não foy nenhum dos oito poentes, porque assi pareceo necessario para o bẽ comũ, & quietação da terra, de que o pouo todo ficou muyto satisfeito, & logo o mandaraõ buscar pelo Panaruca a hum lugar daly doze legoas onde elle entaõ estaua, que se dezia Pisammanes, o qual veyo daly a noue dias acompanhado de mais de duzentos mil homens, embarcados em mil & quinhentos calaluzes, & jurupangos, onde foy recebido de todo o pouo, com mostras de muyta alegria, & foy logo coroado com todas as cerimonias custumadas por Pangueyrão de toda a Iaoa, & Bale, & Madura, que he hũa muyto grande monarchia de gente, poder, & riqueza.
(2) Objecto geográfico interpretado
Cidade (porto). Parte de: Iaoa.
Referente contemporâneo: Jepara, Indonesia (AS). Lat. -6.592400, long. 110.671000.
Porto, cidade. GT 6º 40′ S, 110º 55′ E.