(1) Entidade geográfica mencionada
Lantor. Lantor 183(2).
Nas orações: 2728, 2735.
- [2728](Cap. 183) Daly a dous ou tres meses, neste mesmo anno de 1545. sendolhe muyto necessario a este Rey de Sião acudir a hũa entrada que o Rey dos Tuparahos lhe vinha fazendo pela parte do Passiloco, destruindo & saqueando alguns lugares mais fracos daquella arraya, com proposito de vir cercar as fortalezas de Xiuau & Lantor, das quais pendia toda a segurança daquelle estado, determinou de yr elle em pessoa a este negocio, & para isto mandou pelo reyno vinte coroneis a fazer hũa certa quantidade de gente, aos quais mandou que em termo de vinte dias viessem com ella a aquella cidade de Odiaa, donde determinaua de partir, & lhes pòs a todos grauissimas penas que não escusassem nenhum homem que pudesse pelejar, tirando os doentes, ou os pobres, ou os de sessenta annos para cima, & a cada hum destes coroneis foy sinalada a comarca em que auia de yr fazer a sua gente.
- [2735](Cap. 183) Deos te perdoe tua cubiça, & a mym o pouco castigo que te dey por ella; & logo daly sem esperar mais hum momento mandou a casa do morto, & lhe trouxeraõ as cinco mil turmas que tinha tomado de peita, & as mandou perante sy repartir por todos aquelles velhos & doentes & pobres que o Raudiuaa trouxera que seriaõ mais de tres mil, & o dinheyro das cinco mil turmas montaua sessenta mil cruzados da nossa moeda, & os mandou para suas casas, encomendandolhes que lhe rogassem a Deos pela vida; & aos escusos que peitaraõ as cinco mil turmas, mandou vestir como molheres, & os degradou para hũa ilha que se chamaua Pullo catão, & lhes mandou tomar as fazendas como a fracos, para as repartir pelos que milhor pelejassem naquella guerra; & porque vio que hum Portuguez de cento & sessenta que então leuou comsigo, ficara hum pouco mais atras num cometimento que os nossos fizeraõ, em que ganharaõ a principal força que os inimigos tinhão tomada na cidade de Lantor, lhe mandou que se tornasse para Siaõ, pois não era como os outros que com elle ficauão, & que em quanto ahy estiuesse não saisse fora de casa, nem se chamasse mais Portuguez, so pena de lhe mandar por isso rapar a barba como aos caualeyros escusos de Banchaa, pois na couardia era tal como elles, & a todos os mais que, como disse, eraõ cẽto & sessenta, pelo honroso feito que lhes vio fazer mandou dobrar o soldo tres vezes, & quitar os direytos de suas fazendas, & lhes deu licença que pudessem em qualquer lugar do seu reyno fazer igrejas em que o nome do Deos Portuguez fosse adorado, porque claro estaua que era muyto milhor que todos os outros.
(2) Objecto geográfico interpretado
Cidade (fortaleza). Parte de: Sião.