(1) Entidade geográfica mencionada
Lugor. Lugor 36(4), 38(1), 50(1), 132(1), 183(1), 189(1).
Nas orações: 413, 415, 417, 421, 445, 604, 1794, 2720, 2824.
- [413](Cap. 36) De hum triste caso que na barra de Lugor nos aconteceo.
- [415](Cap. 36) Este Antonio de Faria trazia hũs dez ou doze mil cruzados em roupas da India que em Malaca lhe emprestaraõ, as quais eraõ de tão mà digestaõ naquella terra, que não auia pessoa que lhe prometesse nada por ellas, pelo que vendose elle de todo desesperado de as poder gastar, determinou de inuernar aly até lhe buscar espediente por qualquer via que fosse possiuel; & foy acõselhado por algũs homẽs mais antiguos na terra que a mandasse a Lugor, que era hũa cidade do reyno Sião mais abaixo para o norte cem legoas, por ser porto rico, & de grande escala, em que auia grande soma de jũcos da ilha da Iaoa, dos portos de Laue, Tanjampura, Iapara, Demaa, Panaruca, Sidayo, Passaruaõ, Solor, & Borneo, que a troco de pedraria & ouro costumauão a comprar bem aquellas fazendas.
- [417](Cap. 36) Partidos daquy hum Sabbado pela menham, & nauegando sempre ao longo da costa com ventos bonanças, chegamos à barra de Lugor à quinta feira seguinte pela menham.
- [421](Cap. 36) E porque esta cidade está cinquenta legoas, pela terra dentro, & as correntes do rio saõ muyto grandes, pela qual razão se acontecia inuernarem lá estes Reys muytas vezes, com muyta despesa de suas fazendas, informado o Prechau Rey de Sião disto por petiçaõ que todos os catorze Reys lhe fizeraõ, ouue por bẽ mudarlhe esta sugeição taõ graue noutra mais leue, & ordenou que daly por diante ouuesse nesta cidade de Lugor hum Visorrey, a que em sua lingoa chamão, Poyho, ao qual estes catorze Reys de tres em tres annos viessem pessoalmente dar obediencia, como antes custumauão dar a el Rey, & pagassem então por junto todas as pareas que cada hum deuesse de todos tres annos, & que naquelle mès em que elles viessem dar aquella obediencia, os franqueaua em suas fazendas, & a todos os mais mercadores que naquelle mès entrassem & saissem, assi naturaes como estrangeiros.
- [445](Cap. 38) Partida esta honrada molher daquy deste lugar onde nos achara, se foy à vella & a remo pelo rio acima obra de duas legoas, atè chegar a hũa aldea pequena, onde dormio aquella noite, & como ao outro dia foy menham se partio para a cidade de Lugor que era adiante cinco legoas, à qual chegou quasi ao meyo dia, & desembarcando em terra se foy para sua casa, & nos leuou consigo, & com ella estiuemos vinte & tres dias muyto bem curados, & prouidos de tudo o necessario com muyta abastança.
- [604](Cap. 50) Mas como he custume de Deos nosso Senhor de grandes males tirar grandes beẽs, permitio pela inteireza de sua diuina justiça, que do roubo que Coja Acem nos fez na barra de Lugor, como atras fica dito, nacesse a Antonio de Faria determinarse em Patane de o yr buscar, para castigo de outros ladroẽs que tão merecido o tinhão à nação Portuguesa.
- [1794](Cap. 132) Daquy nos partimos hũa terça feyra pela menham, & continuamos por nossa derrota mais treze dias, no fim dos quais chegamos ao porto de Sanchão no reyno da China, que he a ilha onde despois falleceo o bemauenturado padre mestre Francisco, como adiante se dirâ, & não achando aly ja a este tempo nauio de Malaca, por auer noue dias que erão partidos, nos fomos a outro porto mais adiãte sete legoas por nome Lampacau, onde achamos dous juncos da costa do Malayo, hũ de Patane, & outro de Lugor.
- [2720](Cap. 183) Outra vez, no anno de 1545. sendo Simão de Melo capitão da mesma fortaleza de Malaca, vindo hum Luis de Mõtarroyo da China para Patane, acertou por caso fortuito de vento trauessaõ de dar com hũa nao sua â costa no porto de Chatir, abaixo de Lugor cinco legoas, onde pelo Xabandar da terra lhe foy tomada toda a fazenda que o mar lançou fora, & elle foy preso cõ todos os mais que se saluaraõ, que foraõ vinte & quatro Portugueses, & cinquenta moços & criãças pequenas, que ao todo erão setenta & quatro pessoas Christãs, & a fazenda que se saluou da nao montou quinze mil cruzados.
- [2824](Cap. 189) A costa deste reyno bebe em ambos os mares de Norte & de Sul, no da India por Iunçalão & Tanauçarim, & no da China por Mõpolocota, Cuy, Lugor, Chintabu, & Berdio.
Lúgor 220(1).
Nas orações: 3466.
- [3466](Cap. 220) E partidos deste porto de Patane corremos dous dias cõ ventos Suestes de moução tendente ao lõgo da costa de Lúgor & Sião, & atrauessando da barra de Cuy para yrmos demandar Pullo Cambim, & dahy as ilhas de Cantão, com fundamento de esperarmos ahy a conjunçaõ da lũa noua, nos sobreueyo hum temporal de ventos Oessuduestes (que saõ os que ordinariamente reynão nesta costa o mais do anno) taõ tempestuoso que de todo estiuemos perdidos, pelo que nos foy forçado arribarmos outra vez à costa do Malaya, & chegando a hũa ilha que se chama Pullo timão, tambem nella corremos assaz de perigos assi de tormentas, como de trayçoẽs da gente da terra.
(2) Objecto geográfico interpretado
Cidade (barra). Parte de: Sião.
Referente contemporâneo: Nakhon Si Thammarat, Thailand (AS). Lat. 8.433330, long. 99.966670.
Cidade, costa. FMPP (vol 3: p.77; vol 4: p.24): Ligor ou Nakhon Si Thammarat. 8° 26′ 11″ N, 99° 57′ 47″ E