(1) Entidade geográfica mencionada
Narsinga. Narsinga 9(1), 107(1), 149(1), 158(1).
Nas orações: 97, 1402, 2096, 2243.
- [97](Cap. 9) ao que ella respondeo, que sua merce fosse muyto bem vindo com toda a sua companhia, que quãto ao que lhe mãdaua dizer das pazes que tinha com el Rey de Portugal, & cos seus Gouernadores, era muyta verdade, & assi as teria em quanto viuesse, porem quanto aos Turcos em que lhe apontaua, que só Deos, aquẽ ella tomaua por Iuiz neste caso, sabia quanto contra seu gosto elles aly eraõ vindos, & que pois sua merce trazia forças para os poder lançar fora, o fizesse, que ella lhe daria para isso todo o fauor quanto lhe fosse possiuel, que para mais bem sabia elle que não era ella poderosa, nem se atreuia a pelejar com tamanha força, & que lhe juraua pelas alparcas douradas do seu pagode, que tanto folgaria com a victoria que Deos lhe desse contra elles, como que o Rey de Narsinga, cuja escraua ella era, a assentasse à mesa com sua molher.
- [1402](Cap. 107) Esta cidade do Pequim de que promety dar mais algũa informaçaõ da que tenho dada, he de tal maneyra, & tais saõ todas as cousas della, que quasi me arrependo do que tenho prometido, porque realmente não sey por onde comece a cumprir minha promessa, porque se não ha de imaginar que he ella hũa Roma, hũa Constantinopla, hũa Veneza, hum Paris, hum Londres, hũa Seuilha, hũa Lisboa, nem nenhũa de quantas cidades insignes ha na Europa por mais famosas & populosas que sejão, nem fora da Europa se ha de imaginar que he como o Cairo no Egypto, Taurys na Persia, Amadabad em Cambaya, Bisnagà em Narsinga, o Gouro em Bẽgala, o Auaa no Chaleu, Timplaõ no Calaminhan, Martauão & Bagou em Pegù, ou Guimpel & Tinlau no Siammon, Odiaa no Sornau, Passaruão & Demaa na ilha da Iaoa, Pangor no Lequîo, Vzanguee no graõ Cauchim, Lançame na Tartaria, & Miocoo em Iapaõ, as quais cidades todas saõ metropolis de grandes reynos, porque ousarey a affirmar que todas estas se não podem comparar com a mais pequena cousa deste grãde Pequim, quanto mais com toda a grandeza & sumptuosidade que tem em todas as suas cousas, como saõ soberbos edificios, infinita riqueza, sobejissima fartura & abastança de todas as cousas necessarias, gente, trato, & embarcaçoẽs sem conto, justiça, gouerno, corte pacífica, estado de Tutoẽs, Chaẽs, Anchacys, Aytaos, Puchancys, & Bracaloẽs, porque todos estes gouernão reynos & prouincias muyto grandes, & cõ ordenados grossissimos, os quais residem continuamente nesta cidade, ou outros em seu nome, quando por casos que soccedem se mandão pelo reyno a negocios de importancia.
- [2096](Cap. 149) Este Paulo de Seixas tornou a vir a noite seguinte cõ dous filhinhos seus, & hũa moça mãy delles fermosa & muyto fidalga, com a qual despois se casou em Choromandel, onde vendeo os dous bracelletes que lhe dera o Chaubainhaa por trinta & seis mil cruzados, a Miguel Ferreyra, & Simão de Brito, & Pero de Bruges lapidayro, aos quais o Trimila Raja gouernador de Narsinga os comprou despois por oitenta mil.
- [2243](Cap. 158) Ha tambem nesta cidade muyta soma de almizcre muyto milhor que o da China, que tambem se leua para Martauão & Peguu, onde os nossos o compraõ para de vaniaga o leuarem a Narsinga, Orixaa, & Masulepatão.
(2) Objecto geográfico interpretado
Reino. Parte de: India.
Referente contemporâneo: Vijayanagara, India (AS). Lat. 15.325000, long. 76.465000.
Reino. DHDP s.v. Bisnaga: corruptela de Narashima, reino com capital em Vijayanâgara (Bisnaga); setranejo, ao sul do rio Krishna desde a costa do Coromandel até Comorim e pela costa do Canará de Goa a Mangalor. FMPP (vol. 4, p. 27): equivalente a Vijayanagara; (vol. 3, p.46): o mais importante reino hindu do Decão. FMP usa a forma Narsinga como reino, a sua capital Bisnaga (cap. 107).