(1) Entidade geográfica mencionada
Palimbão. Palimbão 24(1).
Nas orações: 282.
- [282](Cap. 24) E auendo ja trinta & seis dias que estaua fora do seu poder, deitado no almarge, como sindeyro sem dono, pedindo de porta em porta algũa fraca esmolla que muyto raramente me dauão, por ser pobríssima toda a gente daquella terra; permitio nosso Senhor que jazendo eu hũ dia lançado na praya ao Sol, lamentando minhas desauenturas, acertou de passar hum Mouro natural da ilha de Palimbão, que ja por algũas vezes tinha ido a Malaca, & conuersado com Portugueses.
(2) Objecto geográfico interpretado
Ilha. Parte de: Çamatra.
Referente contemporâneo: Palembang, Indonesia (AS). Lat. -2.916730, long. 104.745800.
Porto, ilha. FMP refere-se a ‘um mouro natural da ilha de Palimbão’, propriamente Palimbão é um porto ainda que aparece nos cronistas portugueses segundo GT (s.v. Palimbão, canal de) para referir-se ao estreito de Banka (entre Samatra e a ilha de Bangka) ou ao de Sunda (entre Samatra e Java). Thomaz (2002:447) também se refere ao estreito de Palembão a decorrer entre a ilha de Bangka e a de Samatra entre 2º-3º S, 106º E. Em Alves (1997:39-40) aparece como
cidade portuária do mundo malaio. GT recolhe s.v. ‘Palimbão, ilha de’ a ilha de Palimbão como sinónimo de Paliporto, no litoral de Cochim, que não procede neste caso pelo contexto geográfico. Anthony Reid (FMP: vol. 3, p.67) identifica para Mendes Pinto com Palembang, a mais
importante cidade marítima do sur de Sumatra, muçulmana desde o século XV e aclara que não é uma ilha. A relação pelo contexto geográfico com Palembang (2° 59′ S, 104° 45′ E ) é evidente, e o feito de que esteja numa zona dominada por rios e esteiros permite a sua identificação como grande masa de terra rodeada por rios num esteiro. Tal é a representação que achamos na cartografia, em mapa mesmo posterior à publicação da Peregrinação c. 1615-1622 reproduzido por Thomaz (2002:404).