(1) Entidade geográfica mencionada
Tinlau. Tinlau 58(2), 61(2).
Nas orações: 710, 711, 738, 739.
- [710](Cap. 58) As espias trouxeraõ a bordo hum paraoo de pescadores que tomaraõ, em que vinhaõ seis homẽs naturais da terra, os quais disseraõ que estaua o Cossayro daly duas legoas metido num rio que se chamaua Tinlau, cõcertando o junco que tomara aos Portugueses, para nelle & em outros dous que tinha se yr para Sião donde era natural, & que se auia de partir daly a dez dias, com a qual informaçaõ Antonio de Faria assentou por parecer de algũs que para isso foraõ chamados, que todauia se mandasse ver pelos olhos, porque hũa cousa em que tanto se auenturaua, não se auia de cometer assi às cegas, senão muyto bem vista & escudrinhada, & que sobre a certeza do que se visse, se determinaria o que parecesse bem a todos; & despejando então o paraoo em que vieraõ os seis pescadores, o esquiparaõ dos marinheyros do jũco do Quiay Panjão, por ser esquipação mais fiel & segura, com sos dous dos que se tomaraõ, porque os mais ficaraõ em refẽs, & mandaraõ nelle hũ soldado por nome Vicente Morosa homem esforçado & muyto sesudo, em trajos de Chim por não ser conhecido, o qual chegando ao lugar onde os inimigos estauão, fingindo que andaua pescando como outros fazião, vio & espiou tudo quanto era necessario, & tornado a bordo deu relaçaõ do que vira, & affirmou que o inimigo estaua tão tomado às mãos, que em chegando aueria pouco que fazer nelle.
- [711](Cap. 58) Com esta informaçaõ se ajuntaraõ todos no junco de Quiay Panjaõ, onde Antonio de Faria, pelo animar & fauorecer, & por lhe dar aquella honra, quiz que fosse este conselho, & nelle se assentou que tanto que fosse noite fossemos surgir na boca do rio, paraque ante menhã, co nome de Christo, dessemos nos inimigos; & concluydos todos neste parecer, proueo Antonio de Faria na ordem & maneyra que se auia de ter na entrada do rio, & no cometer os inimigos; & repartindo a gente, pós no junco de Quiay Panjão trinta Portugueses quais elle quiz, porque em tudo lhe fazia a vontade, por ser assi necessario, & nas duas lanteaas pós seis em cada hũa, & no jũco de Christouão Borralho vinte, & com elle ficaraõ os mais que eraõ trinta & tres, a fora os escrauos & outra muyta gẽte Christam valentes homẽs, & muyto fieis, & assi concertados na ordem necessaria para o que se esperaua fazer com a ajuda de nosso Senhor, deu à vella para o rio de Tinlau, onde chegou quasi às Aue Marias, & passando a noite com boa vigia, tanto que foraõ as tres horas despois de meya noite, se fez â vella, & foy demandar o inimigo que estaua daly pouco mais de meya legoa pelo rio acima.
- [738](Cap. 61) Como Antonio de Faria se partio deste rio Tinlau para Liampoo, & dum desauenturado successo que teue na viagem.
- [739](Cap. 61) Despois de auer ja vinte & quatro dias que Antonio de Faria estaua neste rio de Tinlau, dentro nos quais os feridos todos conualeceraõ, se partio para Liampoo, onde leuaua determinado de inuernar, para dahy na entrada do veraõ cometer a viagẽ das minas de Quãogeparu, como tinha assentado co Quiay Panjão que leuaua em sua cõpanhia: & sendo tanto auãte como a ponta de Micuy, que estâ em altura de vinte & seis graos, lhe deu hum rijo contraste de Noroeste, o qual, por conselho dos Pilotos pairou à trinca, por não perder do caminho que tinha andado, este tempo carregou sobola tarde, com chuueiros & mares tão grossos, que as duas lanteaas de remo, pelo não poderem sofrer, se fizeraõ ja quasi noite na volta da terra, com proposito de se meterẽ no rio de Xilendau, que estaua daly hũa legoa & meya.
(2) Objecto geográfico interpretado
Rio. Parte de: China.
Rio. FMP a três dias de Lailoo (cap. 58). Do rio Tinlau vai a Liampoo (cap. 61). GT: o Min no estreito setentrional da Formosa.